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Anarquia: fragmentos


Pierre Joseph Proudhon

Proudhon foi o primeiro a empregar o nome de Anarquia aplicando-o a um estado da sociedade no qual não existe nenhum governo (“Qu'est-ce que la Propriété?” - O que é a propriedade? 1840). O nome de “anarquistas” havia sido amplamente aplicado durante a Revolução Francesa pelos Girondinos aos revolucionários que consideravam que a tarefa da Revolução não estava cumprida com a queda de Luis XVI e insistiam para que uma série de medidas econômicas fossem tomadas (abolição dos direitos feudais sem indenização, restituição dos direitos comunais desde 1660 aos moradores das comunidades, limitação da propriedade de bens de raizes a 12ha, imposto progressivo sobre a renda, etc.). Proudhon propunha uma sociedade sem governo e utilizou a palavra anarquia para descrevê-la. Ele desaprovava, como se sabe, todos os esquemas de Comunismo segundo os quais a humanidade seria conduzida a monastérios ou quartéis comunistas, assim como os planos de Socialismo de Estado ou ajuda estatal proclamado Louis Blanc e os Coletivistas.

Piotr Kropotkin

Anarquia

Nome que se dá a um princípio ou uma teoria da vida e da conduta segundo os quais a sociedade é concebida sem governo (do grego AN e ARCHE: sem autoridade), a harmonia em uma sociedade é assim alcançada, não pela submissão a lei ou pela obediência a qualquer autoridade, senão pelos livres acordos estabelecidos entre os numerosos e variados grupos de uma base territorial ou profissional, constituídos livremente para as necessidades de produção e de consumo, tanto como para satisfazer a infinita variedade de necessidades e aspirações de um ser civilizado. Em uma sociedade desse tipo, as associações voluntárias, que começam a cobrir todos os campos da atividade humana, tomariam uma extensão todavia maior até chegar a substituir ao Estado em todas as funções.

Errico Malatesta

A palavra anarquia vem do grego e significa “sem governo”, quer dizer, o estado de um povo que se rege sem autoridade constituída, sem governo. Antes de que uma série de pensadores tenha chegado a considerar tal organização como possível e desejável, antes de que fosse adotada como objetivo por um movimento que na atualidade constitui um dos mais importantes fatores das modernas lutas sociais, a palavra anarquia era geralmente considerada como sinônimo de desordem, de confusão, e até hoje mesmo é utilizada nesse sentido pelas massas ignorantes e pelos adversários interessados em ocultar ou desfigurar a verdade. Não nos deteremos a aprofundar essa digressões filológicas, pois entendemos que a questão se reveste de caráter histórico e não filológico. O sentido vulgar da palavra não desconhece seu verdadeiro significado etimológico, mas é um derivado ou consequencia do preconceito em considerar o governo como um órgão indispensável para a vida social, e que, portanto, uma sociedade sem governo deve ser presa e vítima da desordem, oscilando entre a onipotência de uns e a cega vingança de outros. (…) Mudem de opinião, persuadam a população de que não só o governo está longe de ser necessário, mas que é extremamente perigoso e prejudicial, e então a palavra anarquia, justamente por significar ausência de governo, significará para todos ordem natural, harmonia de necessidades e interesses de todos, liberdade completa na completa solidariedade.

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